Fala proferida no Seminário "Unidos Seremos Fortes", realização do Núcleo RS da Rede Nacional de Religião Afrobrasileira e Saúde e a Congregação em Defesa das Religiões Afrobrasileiras, no dia 21/01/2011- Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Sandrali de Campos Bueno
Inicialmente, quero agradecer a deferência e o respeito a mim prestados pelo Baba Diba de Yemonjá e por Mãe Vera de Iansã que , nas suas falas, ao citarem as pessoas que compõem a mesa, saudaram-me a partir do lugar que ocupo no movimento social como ialorixá. Para mim é uma honra já que antes de toda minha formação acadêmica , política e ideológica , eu represento uma ancestralidade milenar. Tenho ori, tenho identidade, minha matriz é africana. Sou ialorixá , sou filha de Oxum e Xangô.
Neste momento, em que aqui represento a Dra Sandra Genro, Primeira Dama do Estado do Rio Grande do Sul, que só não está presente neste seminário devido a outro compromisso, peço licença para os mais velhos nas pessoas de Mãe Maria de Oxum e Mãe Norinha de Oxalá pois vê-las aqui muito me emociona e para controlar um pouco essa emoção e não me estender na minha fala pois aqui estou mais para ouvir do que para discursar, vou ler um breve texto que escrevi.
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Inicialmente, quero agradecer a deferência e o respeito a mim prestados pelo Baba Diba de Yemonjá e por Mãe Vera de Iansã que , nas suas falas, ao citarem as pessoas que compõem a mesa, saudaram-me a partir do lugar que ocupo no movimento social como ialorixá. Para mim é uma honra já que antes de toda minha formação acadêmica , política e ideológica , eu represento uma ancestralidade milenar. Tenho ori, tenho identidade, minha matriz é africana. Sou ialorixá , sou filha de Oxum e Xangô.
Neste momento, em que aqui represento a Dra Sandra Genro, Primeira Dama do Estado do Rio Grande do Sul, que só não está presente neste seminário devido a outro compromisso, peço licença para os mais velhos nas pessoas de Mãe Maria de Oxum e Mãe Norinha de Oxalá pois vê-las aqui muito me emociona e para controlar um pouco essa emoção e não me estender na minha fala pois aqui estou mais para ouvir do que para discursar, vou ler um breve texto que escrevi.
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O lugar da Primeira Dama no Governo Tarso Genro
Historicamente as Primeiras Damas ocuparam um espaço tradicionalmente constituído como protagonistas de ações assistencialistas, ou promovendo campanhas que lhes atribuíam um significado de mãe senhora de caridade distribuidora de benesses e migalhas aos mais humildes ou ainda representando o papel da mulher na sociedade patriarcal, racista e preconceituosa.
Ora, isto não combina com o Estado de Direito, não combina com a modernidade, não combina com o Estado Democrático, não combina com um Governo que pretende dar conta das demandas da população de forma democrática, transparente, transversal e integrada. Com esta premissa, o lugar da Primeira Dama, no Governo Tarso Genro, é um lugar a serviço dos programas do Governo, das Secretarias, das demandas dos movimentos sociais por dentro das secretarias e de seus departamentos. Não há a intenção de criação de benesses ou de programas compensatórios que só servem para mascarar a ineficácia dos governos. O Estado tem que funcionar e ponto. Os cidadãos têm direitos e o Estado tem que amadurecer na busca e no encontro de caminhos para a superação de dificuldades históricas na interlocução da sociedade com o Poder Público.
Por isto, o Gabinete da Primeira Dama tem uma estrutura enxuta. Nada de protagonismo, nada de benesse, nada de caridade, nada de projetos assistencialistas e sim, a busca de autonomia, de cooperação, de parceria, de disponibilidade efetiva, de representatividade nos programas e ações do Governo com um todo, seja em que secretaria esteja a demanda da população e sejamos acionados a contribuir.
Para nós, como refere Zelia Fajardini, a Grande Generosidade está em lutar para que, cada vez mais, as mãos que se estendam para ajudar a população sejam de homens e de mulheres que trabalhem para transformar o Rio Grande, o Brasil , o Mundo em uma sociedade igualitária, onde não haja intolerância religiosa ou qualquer outro tipo de intolerância, a não ser a intolerância contra o desamor.
Encerro dizendo que meu papel neste encontro é o da escuta política, sim, mas essencialmente, o do diálogo onde possamos avançar na construção de políticas que promovam o Povo Negro e, no futuro, cada um de nós possa declarar que contribuiu para erradicar a intolerância religiosa.
21/jan/2011
Sandrali de Campos Bueno
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