Espaço para idéias e ideais da minha mãe. Um lugar onde poderemos compartilhar dos seus pensamentos, daquilo que lhe alegra, daquilo que lhe indigna.. das coisas que ela ama, das coisas que ela pensa, das coisas pelas quais ela luta... É um espaço como a minha mãe, que não é só minha e da minha irmã mas é da Zélia,dos meus tios, das minhas primas, da família religiosa, do mundo... Winnie, filha da Sandrali.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Serviria para o dia de hoje
Este eu recebi como um acalento num momento difícel
Bom fim de semana. Esqueça ICM e esta loucura, se entendemos a dinâmica das coisas não podemos deixar nos atingir por esta doença.
Tu sabes o teu valor e é porque ele existe, é grande e ameaçador que muitas vezes és agredida e caluniada.
Dóris
Tua amiga de sempre .
15/3/1985
Viva Nova Republica!
Faremos com que ele aconteça, realmente, em algum lugar.
representando
Fala proferida no Seminário "Unidos Seremos Fortes", realização do Núcleo RS da Rede Nacional de Religião Afrobrasileira e Saúde e a Congregação em Defesa das Religiões Afrobrasileiras, no dia 21/01/2011- Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Sandrali de Campos Bueno
Inicialmente, quero agradecer a deferência e o respeito a mim prestados pelo Baba Diba de Yemonjá e por Mãe Vera de Iansã que , nas suas falas, ao citarem as pessoas que compõem a mesa, saudaram-me a partir do lugar que ocupo no movimento social como ialorixá. Para mim é uma honra já que antes de toda minha formação acadêmica , política e ideológica , eu represento uma ancestralidade milenar. Tenho ori, tenho identidade, minha matriz é africana. Sou ialorixá , sou filha de Oxum e Xangô.
Neste momento, em que aqui represento a Dra Sandra Genro, Primeira Dama do Estado do Rio Grande do Sul, que só não está presente neste seminário devido a outro compromisso, peço licença para os mais velhos nas pessoas de Mãe Maria de Oxum e Mãe Norinha de Oxalá pois vê-las aqui muito me emociona e para controlar um pouco essa emoção e não me estender na minha fala pois aqui estou mais para ouvir do que para discursar, vou ler um breve texto que escrevi.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Inicialmente, quero agradecer a deferência e o respeito a mim prestados pelo Baba Diba de Yemonjá e por Mãe Vera de Iansã que , nas suas falas, ao citarem as pessoas que compõem a mesa, saudaram-me a partir do lugar que ocupo no movimento social como ialorixá. Para mim é uma honra já que antes de toda minha formação acadêmica , política e ideológica , eu represento uma ancestralidade milenar. Tenho ori, tenho identidade, minha matriz é africana. Sou ialorixá , sou filha de Oxum e Xangô.
Neste momento, em que aqui represento a Dra Sandra Genro, Primeira Dama do Estado do Rio Grande do Sul, que só não está presente neste seminário devido a outro compromisso, peço licença para os mais velhos nas pessoas de Mãe Maria de Oxum e Mãe Norinha de Oxalá pois vê-las aqui muito me emociona e para controlar um pouco essa emoção e não me estender na minha fala pois aqui estou mais para ouvir do que para discursar, vou ler um breve texto que escrevi.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O lugar da Primeira Dama no Governo Tarso Genro
Historicamente as Primeiras Damas ocuparam um espaço tradicionalmente constituído como protagonistas de ações assistencialistas, ou promovendo campanhas que lhes atribuíam um significado de mãe senhora de caridade distribuidora de benesses e migalhas aos mais humildes ou ainda representando o papel da mulher na sociedade patriarcal, racista e preconceituosa.
Ora, isto não combina com o Estado de Direito, não combina com a modernidade, não combina com o Estado Democrático, não combina com um Governo que pretende dar conta das demandas da população de forma democrática, transparente, transversal e integrada. Com esta premissa, o lugar da Primeira Dama, no Governo Tarso Genro, é um lugar a serviço dos programas do Governo, das Secretarias, das demandas dos movimentos sociais por dentro das secretarias e de seus departamentos. Não há a intenção de criação de benesses ou de programas compensatórios que só servem para mascarar a ineficácia dos governos. O Estado tem que funcionar e ponto. Os cidadãos têm direitos e o Estado tem que amadurecer na busca e no encontro de caminhos para a superação de dificuldades históricas na interlocução da sociedade com o Poder Público.
Por isto, o Gabinete da Primeira Dama tem uma estrutura enxuta. Nada de protagonismo, nada de benesse, nada de caridade, nada de projetos assistencialistas e sim, a busca de autonomia, de cooperação, de parceria, de disponibilidade efetiva, de representatividade nos programas e ações do Governo com um todo, seja em que secretaria esteja a demanda da população e sejamos acionados a contribuir.
Para nós, como refere Zelia Fajardini, a Grande Generosidade está em lutar para que, cada vez mais, as mãos que se estendam para ajudar a população sejam de homens e de mulheres que trabalhem para transformar o Rio Grande, o Brasil , o Mundo em uma sociedade igualitária, onde não haja intolerância religiosa ou qualquer outro tipo de intolerância, a não ser a intolerância contra o desamor.
Encerro dizendo que meu papel neste encontro é o da escuta política, sim, mas essencialmente, o do diálogo onde possamos avançar na construção de políticas que promovam o Povo Negro e, no futuro, cada um de nós possa declarar que contribuiu para erradicar a intolerância religiosa.
21/jan/2011
Sandrali de Campos Bueno
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Construindo a verdade
Relatório elaborado a partir da visita a uma unidade da Fase/RS
Em busca da Verdade
Considerações Iniciais:
Dizem que
quando a Verdade foi jogada sobre a Terra, ela se fragmentou em vários pedaços.
Cada um que pegou um pedaço disse: Eis aqui a Verdade, eu a tenho. Vários são
os diagnósticos e relatórios que se apontam em relação ao Case, de
acordo com o olhar e o lugar de quem o aborda e todos têm uma parte da verdade.
Supervisores vêem o Case e dizem que falta unidade na ação; psicólogos vêem e
dizem que falta motivação, auto-estima; administradores vêem e dizem que falta
capacidade de gestão; políticos vêem e dizem que falta articulação e fidelidade
ao programa de governo; educadores dizem que falta projeto pedagógico;
advogados dizem que falta cumprimento de leis; agentes de segurança dizem que
falta disciplina e hierarquia; alguns falam que há omissão; outros que há incompetência;
outros que há perversidade. Cada especialista expressa seu saber, sua experiência,
sua opinião a respeito do Case, nem sempre se dando conta que tem
apenas uma parte da verdade.
E agora
vimos nós, também relatar sobre o Case. Pois que nos demos conta que,
ao explicitarmos nossas considerações, estas são apenas parte da verdade e se,
por vezes, parecer-lhes a verdade toda é apenas resultado do nosso compromisso
com a história de doze anos desta Unidade; é apenas um alerta para uma visão
mais ampla acerca do desafio de enfrentar nossas contradições e divergências no
trato da dinâmica institucional; é apenas para reforçar aquilo que pensamos
deva ser ressaltado no resgate do protagonismo institucional de cada servidor
daquela Unidade: é apenas para reforçar o traço daquilo que nos parece ser a
essência de nossa contribuição enquanto servidora há quarenta e um anos, desta
Fundação.
Não temos a pretensão de oferecer a receita, mesmo
porque a transformação deve ser vista de forma transdisciplinar, deixando todas
as linhas de saberes se entrecruzarem e que a abordagem sócia educativa seja
praticada a partir da vivência de pessoas reais e protagonistas de sua ação.
Metodologia:
Técnicas Utilizadas:
Entrevistas individuais, reunião,
observação do cotidiano institucional em horários diferenciados.
Descrição: realizamos
entrevistas com: - dois chefes de equipe, três agentes sócio-educativos, diretora,
assistente de direção, assistentes administrativos, três técnicos. Participamos
de reuniões com: equipe técnica; escola; setor de saúde.
Carga horária: 6h/diárias
distribuídas nos turnos manhã ou tarde de acordo com a necessidade.
Considerações Gerais
Embora, após a solicitação, tenha sido
feito um planejamento de visitas, em um período mais abrangente para executar a
tarefa, é possível elencar os dados observados, bem como contextualizar as
falas e as manifestações dos servidores do Case/, mesmo que não tenha
sido dada continuidade ao procedimento, uma vez que a escuta qualificada
confere subsídios para analisar a realidade da Unidade, neste momento.
Percebemos que o clima atual na Unidade é
pautado pela desconfiança, pela dissociação, pelo descrédito na intervenção da
sede, pelo sentimento de menos-valia, pela falta de hierarquização dos
procedimentos; pela insegurança e pela descrença na capacidade de se
auto-gerenciar.
Acreditamos que a Unidade vinha caminhando
razoavelmente na busca de sua reestruturação, até o advento do tumulto, quando
se explicitaram as contradições nos encaminhamentos e orientações, no
gerenciamento da Unidade como um todo.
Observamos um sentimento generalizado, e
até algumas verbalizações, de que o Case está servindo de ‘bode
expiatório’ dos problemas gerais oriundos da missão da Fundação de executar a medida
sócio-educativa de internação.
Entendemos que a falta de unidade na
intervenção contribuiu para aumentar a dissociação causada pela desconstituição
do papel de cada servidor na realização de sua tarefa.
A repetição de pautas de comportamento, já
vivenciados pelos servidores do Case, em outras administrações, provoca uma
reação de resistência e, ao mesmo tempo, de apatia frente à necessidade de
re-construção dos mecanismos de sustentação do Plano de Atendimento Coletivo.
As falhas significativas na comunicação e
a falta de transparência nas decisões contribuem para o aumento da distorção
das informações, bem como deslegitima as ações sócio-educativas, além de criar
um clima que corrompe a dinâmica institucional.
A constante ‘negação’ da história da Unidade
e as intervenções a partir da visão unilateral, bem como a introdução de
práticas oriundas de outras unidades, acarretam no não-comprometimento na
execução das ações deliberadas.
Considerações finais:
-
resgate da identidade profissional do servidor, onde a relação de trabalho seja
uma experiência prazerosa e construtiva, através de uma ação bem vivenciada,
concreta, possível e construída conjuntamente;
-proposição
de práticas que tenham uma abrangência organizativa, comprometida com os
recursos do ‘aqui e agora’, com mudanças para todos e garantindo o bem estar de
todos os servidores;
-utilização
de mecanismos de sustentação e enraizamento de espaços de reflexão e
intervenção qualificada nas questões das relações interpessoais que interagem
no ‘fazer o sócio-educativo’;
-criação
de espaço permanente de formação com objetivo de promover o resgate da
auto-estima do servidor, enquanto sujeito protagonista da história da Unidade;
-definição
do processo de gerenciamento dos recursos humanos disponíveis na Unidade
(‘definir o que se quer e fazer com que aquilo que se quer aconteça’);
-estabelecer
um acordo ou ‘pacto gerencial’ com os agentes sócio-educativos, no sentido da
distribuição da carga horária no atendimento da demanda da Unidade.
29/9/2011
Sandrali de Campos Bueno
Resposta a uma filha de santo
Minha filha,
Talvez eu
tenha tido uma reação de leoa querendo proteger seus filhotes, além do ciúme
por terem procurado alimento fora do meu domínio. Por outro lado penso que o
fato de vocês quererem me poupar pode causar problemas maiores, principalmente
nesta área religiosa. Somos um clã e como tal temos que agir. Se um membro do
clã está fragilizado é importante que sejam reunidas todas as forças para que
possamos fortalecer os elos da corrente.Os problemas de vocês são meus também e
vice-versa. Sempre haverá tempo para consertar as coisas entre nós. Quanto ao
aspecto religioso é o seguinte: a nossa religião vem de uma tradição milenar e
de uma cultura em que o sagrado e o profano são duas faces de uma mesma moeda.
Para nós, viver é uma arte: a arte de nascer, a arte de banhar-se, a arte de
comer, arte de brincar, a arte de aprender, a arte de ensinar, a arte de
crescer e a arte de morrer. Quero dizer que: o conceito de religião, para nós,
transcende o aspecto de re-ligar porque estamos intimamente ligados à natureza,
isto é, somos natureza e ela é nós. Para nós tudo tem vida, tudo tem uma
correspondência com a vida, tudo tem axé, porque axé é força da natureza. Não
somos isolados, formamos uma cadeia de conexões e arranjos; conexões estas que
se interligam como nós de uma rede infinita, tecida socialmente por cada um;
arranjos estes que se estabelecem a partir de fatos, de sentimentos,
de percepções, onde o sentimento, a percepção, o fazer de cada um
repercute em todos e no Todo. Quanto maior for a conexão melhor será o arranjo
e, quanto melhor for o arranjo, melhor será o tecido social. Isto significa que
a cada nó que se dá na rede de conexões todos os demais nós já arranjados
sofrem influência direta. Portanto cada um tem que se preocupar com o seu fazer
cotidiano e ter o cuidado de proteger a rede no qual está ligado. Um furo na
rede compromete a energia de todos, porque enfraquece os elos da corrente
protetora que cerca o grupo. Mas enfim quero te dizer que a gente aprende pela
experiência vivenciada e “não se faz omelete sem quebrar os ovos“. Tudo vai ficar bem. Beijos. Mãe Sandrali
d’Oxum
22/04/2010
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Meu Babalorixá
Ainda pretendo
escrever sobre as historias e episódios que meu babalorixá conta, a partir de
sua vivência e convivência de mais de meio século dedicado a religiosidade de
matriz africana, em especial, ao batuque, no Rio Grande do Sul, nação Cabinda.
A forma peculiar
como ele repassa conhecimento através de sua fala humorada cativa as pessoas de
todas as idades. Ele tem um jargão inconfundível – ‘’EU VI, EU ESTAVA LÁ’’-
quando se refere a episódios e passagens místicas que envolvem os orixás tanto
da casa do seu Baba , Romário de Almeida, Romário de Oxalá Jobocum Onifã,
quanto dos terreiros antigos cuja maioria dos dirigentes já se
reintegraram ao barro mítico da Criação.
Pai Enio, Enio
Souza Conceição, Enio de Oxum, é uma enciclopédia viva do batuque no Rio Grande
do Sul, em especial da nação Cabinda. Arredio aos encontros e debates, mas
acolhedor sempre que alguém o procura para obter dados a respeito da religião.
Costuma dizer que o batuque não se aprende nos livros, - é preciso vivenciá-lo
no cotidiano.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Momentos breves
De uma alma gêmea
"Estou olhando esse caminho (seguindo)
Não sei retornar como me pedes(sozinho)
Poder estar nele
Nem que por momentos breves,
Porém seguros.
Bem pensados
É o que me faz ficar(tentando)"
jan/1987
"Estou olhando esse caminho (seguindo)
Não sei retornar como me pedes(sozinho)
Poder estar nele
Nem que por momentos breves,
Porém seguros.
Bem pensados
É o que me faz ficar(tentando)"
jan/1987
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Como um bom dia
Este é de Zélia Fajardini
"Eu vi que a terra é a nave dos viajantes e quem prepara a estrada somos nós que chegamos antes"
Beijo. Bom dia.
26/03/88
"Eu vi que a terra é a nave dos viajantes e quem prepara a estrada somos nós que chegamos antes"
Beijo. Bom dia.
26/03/88
domingo, 25 de setembro de 2011
Uma amiga
Este veio de um adolescente
"Quem é você que de repente entrou em minha vida me ensinando a viver?
Quem é você que quando estou triste quer compartilhar de minha tristeza?
Quem é você que tem me dado oportunidade de eu poder sentir que não estou só nos momentos mais difíceis desta fase que estou passando?
Quem é você que tem me tratado como parente ou pessoa íntima se nem sequer lhe conheço bem?
Que é você que sorri para mim mesmo sabendo que estou triste?
Você não é minha mãe e nem minha mãe e nem minha parente mas você se interessa por mim e quer saber como vai meu dia a dia.
Você é uma pessoa muito especial para mim. Você é a minha melhor amiga do momento."
Gilmar
10/05/1984
"Quem é você que de repente entrou em minha vida me ensinando a viver?
Quem é você que quando estou triste quer compartilhar de minha tristeza?
Quem é você que tem me dado oportunidade de eu poder sentir que não estou só nos momentos mais difíceis desta fase que estou passando?
Quem é você que tem me tratado como parente ou pessoa íntima se nem sequer lhe conheço bem?
Que é você que sorri para mim mesmo sabendo que estou triste?
Você não é minha mãe e nem minha mãe e nem minha parente mas você se interessa por mim e quer saber como vai meu dia a dia.
Você é uma pessoa muito especial para mim. Você é a minha melhor amiga do momento."
Gilmar
10/05/1984
sábado, 24 de setembro de 2011
Um adolescente chamado Alcione, em 1984, disse:
Cara e amiga psicóloga Dona Sandra Lee.
Eu acabo de descobrir que a liberdade desenvolve o sistema nervoso, e melhora o funcionamento do cérebro.
Um ser sem liberdade não evolui. Aqui dentro não utilizamos se quér 1% de nóssa capacidade de pensar, A monotonia é um veneno. Tira a nossa capacidade, o cérbro fica adormecido.
É por isso que eu quero ir nem que seja duas vezes por semana na rua.
Aqui dentro tenho a imprenssão que estou andando no meio de robôs, de gente que não vive, não sonha, não tem mistério nenhum,prá eles o que tinha que ser exploradojá foi explorado.
Uma prisão não endireita ninguem até estraga mais ainda. Deixa a pessoa revoltada e o cérebro sem progressividade.
O que eu preciso é de uma chance e opotunidade porque minha criação não foi pra mim andar roubandomais tarde.
Eu só quero confiança pra me dar mais força para prosseguir. A senhora sabe o que eu quero fazer quando sair daqui, isso é se eu sair daqui? se eu aguentar ficar mais algumas semanas aqui enjaulado.
. Obs. Foi mantido a configuração original, embora a carta-bilhete tenha sido manuscrita
Eu acabo de descobrir que a liberdade desenvolve o sistema nervoso, e melhora o funcionamento do cérebro.
Um ser sem liberdade não evolui. Aqui dentro não utilizamos se quér 1% de nóssa capacidade de pensar, A monotonia é um veneno. Tira a nossa capacidade, o cérbro fica adormecido.
É por isso que eu quero ir nem que seja duas vezes por semana na rua.
Aqui dentro tenho a imprenssão que estou andando no meio de robôs, de gente que não vive, não sonha, não tem mistério nenhum,prá eles o que tinha que ser exploradojá foi explorado.
Uma prisão não endireita ninguem até estraga mais ainda. Deixa a pessoa revoltada e o cérebro sem progressividade.
O que eu preciso é de uma chance e opotunidade porque minha criação não foi pra mim andar roubandomais tarde.
Eu só quero confiança pra me dar mais força para prosseguir. A senhora sabe o que eu quero fazer quando sair daqui, isso é se eu sair daqui? se eu aguentar ficar mais algumas semanas aqui enjaulado.
. Obs. Foi mantido a configuração original, embora a carta-bilhete tenha sido manuscrita
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
No meio de trevos de quatro folhas
Este veio de Nair Tesser
"Uma sorte verde, verdejante pra ti.
Apesar de que não precisas, porque
a sorte está dentro de ti."
1988
"Uma sorte verde, verdejante pra ti.
Apesar de que não precisas, porque
a sorte está dentro de ti."
1988
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Um mês depois...Zélia disse:
Sandra
1º- Gol, tu venceu
2º- Vou parar
3º- Calmar, esfriar a cabeça
4º-Sair da defesa e entrar em campo
5º-Parar de ver só as coisas ruins (E.T.)
6º-Ficar do meu tamanho ou próximo disso.
jogar no time.
isso.
Ah, por último, não quero mais
brigar contigo e nem que
seja carregada de tanta emoção
tua briga comigo.
Zélia
1º- Gol, tu venceu
2º- Vou parar
3º- Calmar, esfriar a cabeça
4º-Sair da defesa e entrar em campo
5º-Parar de ver só as coisas ruins (E.T.)
6º-Ficar do meu tamanho ou próximo disso.
jogar no time.
isso.
Ah, por último, não quero mais
brigar contigo e nem que
seja carregada de tanta emoção
tua briga comigo.
Zélia
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Quando me tornei mãe de alguem que não me cabia como filha
Registro de quando me
tornei a mãe de alguém que não me cabia como filha.
Esse é um bilhete-poema
escrito em guardanapo de papel de seda,que recebi e vou omitir a signatária para não ferir suscetibilidades...
"Prá Mamãe da ....
“Hoje eu descobri que sou uma mulher.
“Hoje eu descobri que sou uma mulher.
E tu és extremamente importante nisso.
Tu és a PRIMEIRA MULHER INTEIRA que eu encontro em toda
minha vida.
MULHER e INTEIRA: era preciso isso para que eu pudesse
nascer.
Para que eu ... Mulher
inteira pudesse nascer só perto de outra mulher inteira.
Então mãe, reparto contigo esta minha hora de filha mulher.
Eu te amo.
A gente não é o outro, mas vem do outro.
Eu não poderia ser, não tinha que vir.
Teve tu e eu te agradeço por isso.
Sei que não te preciso de minha mãe, nem caibo como tua
filha.
Mas foi preciso te ter mulher inteira para me saber
possível.
Não é piração da minha cabeça.
Tu não estavas no meio quando tudo aconteceu.
Saí da sessão e me veio a imagem da minha mãe: feia, pedaço,
negada, doente...
E me vi mulher. Me passou na cabeça algo como essa não é a
minha mãe.
E aqui sentada percebo.
Obrigada por ter me tornado possível.
Obrigado Mãe.
Te Amo.
............
5/6/1987.
Meu retorno a Porto Alegre
Carta aos meus colegas do Case Regional Pelotas
Ingressei no mundo do trabalho em 1969, no então Instituto Central de Menores,
ligado ao Departamento de Assistência Social-DEPAS, com a atribuição de alfabetizar
os' menores' acima de 14 anos, pois estes não eram aceitos na escola que
funcionava nas dependências do instituto. Desde o meu primeiro dia de trabalho,
deixei explícito que lutaria contra os maus tratos, a negligencia e o descaso.
Devido a esta postura, fiz grandes amizades, mas também conquistei alguns
inimigos. Certa vez um colega me disse: em relação a ti não existe meio termo:
ama-se ou odeia-se.
Fui alfabetizadora, praxiterapeuta, monitora, instrutora de artes, auxiliar
técnica, coordenadora de ala, assistente de direção, diretora, psicóloga,
enfim... Toda minha formação profissional foi forjada na FEBEM e fiz a opção de
dedicar-me a esta causa incondicionalmente. Sempre tive orgulho disto. Minha
história de vida se mistura com minha história na FEBEM. E ao longo destes 41
anos, são muitas as histórias, são muitos protagonismo, são muitos momentos de companheirismo,
muitas aprendizagens que, certamente, superam as frustrações, as tristezas, os
conflitos, as incompreensões.
Em 1992, quando assumi o espaço da presidência do
extinto Movimento Assistencial de Porto Alegre - MAPA, que atendia Meninos e
Meninas de Rua, no momento de minha posse, no saguão do Paço Municipal onde estavam
presentes vários daqueles meninos que utilizavam os serviços do MAPA,
principalmente no Albergue Ingá Brita, que os acolhia à noite, um deles, um
lindo menino negro, me disse: ' Dona Sandrali, nós chegamos ao poder. ' pois
bem, eu estava realizando um sonho impossível. Mas eu falei: Não, nós ainda não
estamos no poder: nós só chegaremos ao poder quando não existir mais albergues,
quando cada um e cada uma tenham uma casa para viver bem, quando toda escola
for aberta para todos, quando cada pai tenha emprego, onde cada mãe seja
respeitada, onde cada família seja tratada como o maior bem da sociedade,
quando não houver discriminação , nem racismo.
Hoje quando Zélia Fajardini diz que a Presença já significa
poder, eu me reporto àquele momento, lá em 1992... Minha Presença tinha
significado que concedia à alma daqueles meninos e daquelas meninas o
sentimento de estarem no poder.
E se estou recordando estas coisas é apenas para convencer a mim mesma do
quanto já proporcionei o protagonismo no cenário do sonho impossível. Dizer a
mim mesma que é possível gerenciar pela alma e eu sei fazer isto.
Em 1999 vim para Pelotas. Aqui fui acolhida e vivenciei um
sonho de trabalhar numa instituição onde não havia, mas tratos, não havia abuso
sexual, não havia drogas. Algumas vezes, e não foram poucas, fomos taxados de
rígidos e deixamos de ganhar alguns prêmios devido a tal rigidez. Mas não nos
envergonhávamos de aqui trabalhar. Dizem que o PEMSEIS tem muito da proposta
inicial do trabalho de Pelotas. Acredito que sim. Mas hoje, talvez sejamos a
unidade que mais descumpre o PEMSEIS. Porém eu acredito na essência e na alma
de cada um que aqui trabalha e sei que ainda é possível resgatar aquilo que
tínhamos de melhor: afeto, limite e unidade na ação.
Nestes doze anos, aqui em Pelotas, procurei repassar - com
a alegria despretensiosa e com a disciplina prazerosa pelo trabalho -, minha
experiência com os adolescentes em conflito com a lei, tentando fazer cumprir o
ECA na execução de medida socioeducativa de privação de liberdade, embora
sabendo que a Fase estampa o fracasso da sociedade no trato de suas crianças e
adolescentes e da violência estruturalmente construída. Tive acertos e erros.
Mas também aprendi muito e sinto-me grata por isto.
Então, passados todos estes anos, surge um novo momento me vejo
frente a um desafio dos deuses: vá lá e dê sequência ao teu sonho: É possível gerenciar
com a alma e influenciar nas estruturas de poder com simplicidade,
leveza, liberdade e diálogo. E se tiver que disputar que seja para buscar a
unidade, que seja para realizar o sonho de viver numa sociedade justa,
fraterna, solidária.
E daí está, aqui e agora, a expressar a vocês parte do meu Sonho...
Eu sonho que é possível tirar as crianças da rua e
proporcionar-lhes uma forma de inclusão social com dignidade, respeito e
amorosidade;
Eu sonho que toda criança conheça o mar...
Eu sonho que é possível criar programas efetivos para livrar
as meninas e as adolescentes da promiscuidade, das doenças e das drogas;
Eu sonho que é possível cuidar melhor dos doentes mentais;
Eu sonho que é possível realizar campanhas permanentes de ações
contra o racismo;
Eu sonho que é possível cuidar melhor das famílias;
Eu sonho que é possível que todas as crianças estejam na
escola;
Eu sonho que as crianças negras sejam maciçamente
trabalhadas quanto a sua identidade e à autoestima, como as minhas o foram;
Eu sonho que cada empregada doméstica possa voltar a
estudar, se assim o desejar;
Eu sonho que toda mulher possa desfrutar de uma terapia, se
assim necessitar;
Eu sonho que todos os terceiros sejam respeitados,
principalmente aqueles que são dirigidos por mulheres;
Eu sonho em poder trabalhar com as escolas na formação dos
professores;
Eu sonho com uma sociedade livre da corrupção;
Eu sonho com a erradicação da miséria, da fome, do
analfabetismo;
Eu sonho que a Fase possa cumprir com sua missão na inclusão
social dos adolescentes em conflito com a lei e que o afeto e o limite sejam
apenas as duas faces da mesma moeda, mas que essa moeda seja a única forma de
negociação;
Eu sonho que eu possa circular nas instâncias do poder
constituído com a mesma simplicidade, sem precisar fala muito, mas como alguém
cuja presença diga mais do que a palavra e que eu possa acolher sempre,
amar sempre e ofertar sempre o melhor cardápio que eu aprendi a fazer.
Obrigada a cada um e cada uma de vocês que fazem
parte deste sonho.
Sandrali de Campos Bueno
Mat. 073.7
31/12/2010
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
De passo em passo...
Por ser difícil postar meus escritos numa ordem cronológica , vou separá-los por temas ou eixos que circundam minha vida, como a família, o trabalho, os relacionamentos, a militância, a religião, as histórias, as falas..., enfim, as idas e vindas no meu processo de construção do meu lugar no mundo. Pode não ser o melhor lugar mas é o meu lugar: aquele que eu escolhi antes mesmo de nascer. E assim irei construindo este espaço que minha filha iniciou postando Primeiros Passos. Pois bem de passo a passo irei construindo minhas postagens buscando meus riscos e rabiscos do passado , soltos ou guardados nas pastas e arquivos ou álbuns de recordações, os textos publicados ou não, as falas ditas ou 'des-ditas', as ideias expressadas ou a serem compartilhadas. E que seja uma boa construção...
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Primeiros passos.
Esse blog é um espaço para idéias e ideais da minha mãe. Um lugar onde poderemos compartilhar dos seus pensamentos, daquilo que lhe alegra, daquilo que lhe indigna.. das coisas que ela ama, das coisas que ela pensa, das coisas pelas quais ela luta... Aqui, os que a conhecem e estão longe poderão matar saudades, os que estão perto poderão ficar mais perto e os que não gostam poderão desgostar. É um espaço como a minha mãe, que não é só minha e da minha irmã mas é da Zélia,dos meus tios, das minhas primas, da família religiosa, do mundo... Eu vou ajudar nos primeiros momentos, depois ela caminha sozinha.
sejam bem vindas/os
Winnie, filha da Sandrali.
Assinar:
Postagens (Atom)