terça-feira, 8 de novembro de 2011

Oralidades negras

SEMANA ACADEMICA DE ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA
TEMATICA: UNIDADE NA DIVERSIDADE

Mesa Redonda: Encruzilhada de Saberes: Oralidades Negras em Debate

Mostra de Um Casamento Religioso de Matriz Africana- Batuque, Nação Cabinda. 
                                 Sandrali de Campos Bueno

Quero agradecer os organizadores e organizadoras  da Semana Acadêmica de Antropologia e Arqueologia que tiveram a sensibilidade de escolher, como tema central da Semana,  Unidade na Diversidade e expressar a minha alegria por ter sido incluída nesta mesa redonda Encruzilhada de Saberes; oralidades negras em debate.
Como psicóloga, minha intervenção tem sido o da interdisciplinaridade,  porque acredito que o conhecimento tem que ser circular e essa circularidade só se dá quando se é provocada por outras perguntas, ou seja, pela intersecção de outros saberes.Mas busco a transdisciplinaridade porque sonho com um saber onde todos os saberes estejam interligados numa espiral interseccionada pelo conhecimento em prol do bem comum e do bem estar da humanidade.
Como militante, minha luta tem sido pelo reconhecimento da cidadania para todos e todas e tenho me caracterizado pela radicalidade amorosa, tendo como princípio uma frase de Malcom X: de nada vale qualquer deferência a mim enquanto essa deferência não for para todos do meu povo.
Como yalorixá, como mãe de santo, tenho intensificado minha atuação na questão da intolerância religiosa.  Daí, unindo a Psicologia com a militância, tenho trabalhado com a simbologia e o significado da religião de matriz africana, contextualizando-a em cada época, em cada momento histórico, cuja resistência, cuja preservação perpassa pelas nuances e percalços, conceitos e valores de uma cultura diferente daquela que lhe originou.
Por estes aspectos eu me sinto honrada por estar aqui compartilhando, através do registro fotográfico, a mostra de um casamento religioso de matriz africana, dentro do viés do Batuque do Rio Grande do Sul, da Nação Cabinda, colocando-me prazerosamente nesta encruzilhada de saberes e contribuindo para que o conhecimento seja uma arma de amorosidade no combate ao preconceito, à intolerância, à discriminação e à violência.

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