sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Como taquara ao vento...

Sou filha de santo de Enio d' Oxum Pandá Miuwá. Prima de Enio Souza Conceição.
       Por quarenta e um anos Ele me cuidou, mesmo sem que eu precisasse pedir, um cuidado incondicional, fiel e companheiro. Eu o levava à escola, quando criança, mas foi Ele quem me fêz a religiosa que sou. Teve a paciência de esperar eu me encontrar... e enquanto isto não acontecia, Ele zelou por mim e pelos meus orixás.
    De repente, o vento veio forte. Soprou com intensidade  avassaladora, derrubando tudo em volta, misturando terra e água, transformando tudo em barro. O Rio foi ao encontro do Mar e as Aguas se misturaram na imensidão oceânica.
     E eu ? Eu me curvei humildemente como uma taquara. Não sou coqueiro.    Os coqueiros resistem à ventania mas quando tombam não tem como se re-erguer e... "quanto mais alto pior é o tombo".
    Sou taquara: esperarei a ventania passar. E quando ela passar ... estarei dignamente erguida. Estarei erguida porque Ele fêz de mim uma bela taquara e, mais que isto, sou hoje um taquaral.
                              

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