Esse hábito de carregar nas costas a dor
dos outros pode derivar de um “treinamento” precoce na sua família para ser um
pacificador entre os seus, ou para afastar a tensão para longe daqueles que
deveriam cuidar de você, cuidando deles, ao contrário. Dessa maneira aprende-se
a ser receptivo em relação à dor alheia. Muito embora estas experiências possam
muito bem ter sido um treinamento para despertar o curador dentro de você, o
seu trabalho de cura não precisa continuar sendo um subproduto de uma
necessidade infantil. Pode haver também entre vocês uns poucos curadores que
concordaram em curar assumindo a dor dos outros, mas a idéia não é que tal vocação
surja em detrimento de seu bem estar pessoal.
Quero ajudá-las, minhas queridas, a verem
a si mesmas, como outro tipo, totalmente
diferente, de ser receptivo. Vejam-se
como um vaso sagrado, como um cálice esperando ser cheio com uma energia que dá
a vida, não-poluída pela putrefação de antigas feridas, mas sim, que permita
que vocês transmutem a energia negativa para a magnificência da Luz.
Com esta imagem, faremos uma viagem, numa
visualização onde aprenderão como aliviar-se e preencher a tarefa que deveria
ser realizada por um cálice sagrado.
Mas primeiro, precisam pegar um papel e lápis
de cor, pois quero que dêem rédea livre à sua criatividade, desenhando um cálice.
Não é um exame de arte, de modo que não se critiquem como artistas; só desenhem
com amor.
Depois de completarem sua figura, quero
que escrevam no cálice os nomes de todos que estão carregando nas costas. Pode
ser membros de sua família ou pacientes. Poderia ser uma nação de pessoas ou
uma espécie de animal em perigo. E de quem se sentem os antagonistas? Com quem
estão dialogando em suas mentes? Estes também devem ser incluídos nos seus cálices,
pois certamente estas impurezas não deveriam ter lugar no seu cálice.
Depois de fazer este desenho, fechem os
olhos, e depois de atingirem um certo grau de quietude, criem uma visão de si
mesmas de pé ao lado de uma cachoeira com águas cristalinas que curam. Podem
ouvir o som da água saltando sobre as pedras?
Agora imaginem puxando o cálice de dentro
do abdome, pois a sua propensão de carregar os outros nas costas se relacionam
a fraquezas no segundo e terceiro chakras. Esvaziem o conteúdo dele na
correnteza. Ao fazê-lo, visualizem o conteúdo do cálice sendo limpo e
purificado ao ser levado para longe, rumo ao oceano da consciência de cura. Lave
bem o cálice na correnteza, antes de começar a caminhar rumo à sua fonte. Ao
começarem esta pequena jornada, contemplem o fato de que acabam de entregar
todos aqueles a quem estavam carregando nas costas a um Poder Superior. Eles não
são mais da sua responsabilidade.
Agora, vocês chegaram à fonte da
correnteza, onde o fluxo de água jorra de uma rocha, e, à sua espera, está um
Ser magnificente, banhado de luz. Talvez reconheçam este Ser. Certamente sentirão
o seu Amor por vocês. Dêem seu cálice a essa Guardiã da Fonte e, à medida que
ela o enche, vocês podem contemplar o infinito reservatório atrás da rocha de
onde flui essa correnteza de água da vida.
A Guardiã da Fonte segura o cálice cheio
para vocês beberem. Ao beber, vocês tocam as mãos dela. Ao beber, vocês se
sentem renovados, restaurados, refrescados e revitalizados pelo conteúdo do cálice.
Vocês têm a consciência de todas as impurezas do pensamento sendo lavadas. Vocês
têm a consciência de que onde antes seguraram o cálice no corpo, está sendo
curado de toda dor causada pelo passado. E o milagre é que não importa o quanto
bebam: o cálice está sempre cheio.
Depois de beberem o suficiente, A Serva da
Luz solta o cálice e vocês o colocam no coração, onde ficará sempre
transbordando e disponível para beberem sempre que quiserem.
Eu também sou grata e amo vocês.
Deus nunca chega atrasado.
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(Nota: Este
texto foi adaptado do original para o Curso de Arteterapia com as professoras
da Escola de Ensino Fundamental e Médio D. Antonio Zattera)
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