segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O tecido da rede


        

Rede!
Pra que te quero, oh! Rede.
             Pra que te tenho, oh! Rede.
Rede!
            Pra que te sirvo, oh! Rede.
Rede!
            Pra que preciso, oh! Rede.
Rede!
          Por que me tens, oh! rede.
Rede, Oh! Rede.
Não repita o passado
Em que eu, peixe pequeno, fui tirada
Do aquário protegido e cuidado
Para ser jogada
 no tanque dos tubarões
E tu, oh! Rede,
não estava lá pra me ofertar o teu fio
para que eu tecesse a malha protetora
da luta e da conquista.
E tu, oh! Rede,
Atribuíste, a mim, a culpa por eu ter sido devorada.




segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Para Winnie Bueno


                        Em busca da tua canção

        
         Winnie, há um provérbio que diz: “quem quer cantar sempre encontra uma canção”. Pois bem: encontraste tua canção e convidas outros a unirem suas vozes ao teu canto.
          Não é uma canção nascida nos umbrais da comodidade ou da alienação de quem emite sons desprovidos de significado, ou fora da realidade concreta. Não é uma canção para alguns poucos privilegiados. Mas também não é uma canção isolada, individual. É uma canção que se expressa no coletivo, na solidariedade e na justiça social. É uma canção com notas na escala sonora da vida. E que seja alegre como o canto das crianças . E que seja sábia como as palavras dos teus ancestrais. E que seja sagrado como  arte de viver por uma causa.

       Minha filha, desejo que teu canto se transforme num esplêndido coral, Que faças coro com outras vozes cujo canto se expresse na radicalidade da democracia participativa. E que sejam nove mil vozes ou quem sabe muitas e muitas mais.
         Tua Mãe.